Escritos e reflexões de uma mente atordoada Fora dos ilimitados limites da razão

domingo, janeiro 29, 2006

Sobre o que deveria ser dito

Esse espaço deveria ser preenchido por algum texto que almejasse o entretenimento do leitor. Aqui, deveria haver algo que fosse, ao menos aos olhos do seus autor, divertido, inteligente e original. O primeiro dia da semana deveria conter algum escrito que tivesse como resposta um sorriso, ainda que tímido do leitor. Esse deveria ser um espaço interessante, mas as circunstâncias desse início de domingo impedem qualquer esforço na direção de um texto positivo. Na próxima semana, quando a ilusão cobrir a iminente e constante derrota deste que vos escreve, haverá aqui algo mais interessante.

quarta-feira, janeiro 25, 2006

Fragmentos sonoros de uma sanitário


Entro no banheiro, masculino é claro. Espaço amplo, iluminação privilegiada. Chego de frente para o Zé do bocão e enquanto retiro a água do joelho, ouço aquela melodia que só um homem pode ouvir. São os resíduos que o meu organismo descartou em forma líquida encontrando-se com a água do Zé. Havia, no entanto outro som naquele ambiente. Era uma conversa descontraída, informal e reveladora entre dois faxineiros, que àquela altura falavam sobre suas últimas e exóticas conquistas amorosas:

Pedófilodor: Cara, eu tava pegando uma mina de 12 anos. Era complicado pacas.

Ricardãodor: 12 anos?

P: É, mas não parece não. Parece ter uns 14, sabe.

R: Ah, eu tava saindo com uma mina aí também. Ela é novinha, mas já é casada.

P: Ah, pelo menos a tua é casada.

R: Ih, mas pegar mulher casada é complicado Cara. Venho no trem com ela e não posso nem dar uns pegas durante a viagem.

P: Ah, mas pelo menos ela é casada. Já tem o Marido e tal. Assim que tem que ser a mulher: Novinha e Casada. Assim, ela não fica te enchendo o saco. Essa que eu tava, era complicadão. Tive que sair da minha comunidade e tudo.

Dei a descarga, e depois de sair fiquei pensando: “Uma mina de 12 anos ou uma mulher casada? Ó dúvida cruel”.


Pedófilodor: s.m. Do latim Pegacriancius. 1: Um Pedófilo pegador.

Ricardãodor: s.m. Do latim Ooutrus. 1: Um Ricardão Pegador.

sábado, janeiro 21, 2006

Procurando evitar futuras desilusões

Por favor, não me fale dos seus gostos, da sua vida, de suas preferências, da música que você gosta e muito menos diga tudo isso daquela forma que só você sabe fazer. Não me deixe ver aquele seu sorriso, cuja imagem não sai mais da minha mente. Não permita que eu lhe conheça melhor e veja que você ultrapassa o limite dos meus sonhos. Não me olhe de tal jeito que eu fique tentando ver o reflexo do meu rosto nos seu olhos, para assim me ver junto de ti. Não me dê atenção e nem me fale dos seus planos. Não me deixe perceber que você é a cada dia mais inebriante para mim. E nunca, nunca mais mesmo olhe diretamente para mim e após desviar o olhar, retorne e sorria. Nunca mais me faça perder os sentidos e a razão, como se o momento perfeito realmente existisse. Não permita que eu creia que você realmente não tem namorado. Não me dê motivos para pensar cada vez mais em você. Não conceda ao meu coração a oportunidade de sonhar com a ilusão de te ter ao meu lado. E o mais importante de tudo: não prolongue o não.

terça-feira, janeiro 17, 2006

Vou estar fazendo uso do gerúndio sim, e daí?

- O incomensurável, bom dia, boa tarde ou boa noite, Junior falando.
- O que significa isso?
- O que o senhor deseja?
- Eu perguntei primeiro. Por que você está falando assim?
- Na verdade, a minha maneira de falar deve-se à nova função que estarei executando daqui para frente.
- Nova função? Um trampo você quer dizer, certo?
- Perfeitamente senhor. Eu estarei trabalhando como operador de telemarketing.
- Operador de telemarketing? Não tinha nada melhor não?
- Acredito que essa seja uma boa oportunidade como primeiro emprego para a minha pessoa, senhor.
-Para de me chamar de senhor.
- Perdão senhor.
- Cara, você na faz faculdade de história? O que que tem a ver isso com operador de telemarketing?
- Na verdade o senhor tem razão ao sugerir que as duas atividades não são complementares. O fato é que eu estou precisando dos benefícios que um emprego proporciona.
- Tu ta precisando da grana né?
- Perfeitamente senhor.
- Ah ta, mas e a faculdade?
- NA verdade, eu vou estar conciliando a atuação como operador de telemarketing com os estudos. Ao longo do ano pretendo ingressar profissionalmente dentro da minha área específica de conhecimento. Até a chegada dessa data no entanto, estarei atuando na área do telemarketing.
- Mas diz aí, você vai ser ativo ou passivo?
- Acredito que o seu questionamento refira-se à atitude do operador como cliente. Nesse caso, posso dizer que serei um operador de contact center receptivo.
- Ah, eu sabia, Vai ser passivo, né?
- Senhor, vou estar lhe pedindo para se dirigir ao coliforme fecal mais próximo.
- Ta me mandando ir à merda?
- Exatamente, senhor.
- Ah, eu tava só te zuando. Mas aí, boa sorte para você.
- Obrigado senhor. Deseja mais alguma coisa?
- Uma pizza portuguesa gigante por favor.
- Lamento, mas acho que o senhor deve estar enganado quanto aos serviços prestados por esta empresa.
- Não tem pizza portuguesa não? Que droga.
- O incomensurável agradece sua ligação, tenha um bom dia, senhor.
- Tem de calabre.....

sábado, janeiro 14, 2006

BBI:o blogality show

Acabei de criar um outro blog, dedicado a todos aqueles que admitem gostarem de bisbilhotar a vida alheia. Trata-se do blogality show. Um blog onde poderá ser acompanhado o dia a dia da mansão do BBI, o Bisbilhotando Brasileiros incomensuráveis. Para entender melhor toda essa história e conhecer os participantes e só fazer como o Bial e dar uma espiadinha no blog do BBI
Por aqui as coisas logo voltarão ao normal. Ops, acho que normal não é bem a palavra certa, mas o fato é que vai ter mais post vindo por aí...

quarta-feira, janeiro 11, 2006

O verdadeiro underground

Você já foi para um show de hardcore em um bar no subúrbio carioca?
Você já viu bandas tocarem em um local pequeno sem nem mesmo estarem sobre um palco?
Você já ouviu seguidas músicas onde o baterista parece estar possuído?
Você já teve a sensação de que essas mesmas músicas poderiam ser classificadas como “trilha sonora para a destruição”, no bom sentido é claro?
Você já viu um senhor idoso, vestindo a camisa do flamengo, com um bonezinho entrar em uma roda punk e ainda cantar um velho samba acompanhado por uma banda de hardcore?
Você já viu um local onde tudo isso acontece e onde ainda existem mulheres bonitas?
Você já se divertiu em uma noite de domingo ao se deparar com todas essas coisas juntas?
Não?
Então você não sabe o que é underground.

sábado, janeiro 07, 2006

Fazendo a alegria do penico

Sigmund Freud, tido como o pai da moderna psicanálise, acreditava que o ser humano vive uma eterna adaptação com a perda. Desde que nascemos e somos bruscamente retirados do útero, acostumamo-nos com a perca. O que muda é apenas a forma com que lidamos com essa eterna frustração e violência para a qual somos submetidos. Somos criados para ser independentes e desde pequenos, vamos perdendo todas as regalias proporcionadas pela existência social como criança.

Após o esgotamento do leite materno, uma criança da espécie humana precisa entre outras coisas, aprender a fazer suas necessidades fisiológicas na hora certa. A utilização da fralda vai sendo aos poucos abandonada. Fazer coco ou xixi no penico é algo que precisa ser aprendido. Vale lembrar que uma criança pode fazer coco ou xixi eternamente apenas se ela for do sexo feminino. Se for macho, é preciso passar a cagar e mijar por volta dos seis anos.

Meu irmão, com um ano e sete meses, está na fase de familiarização com o penico. O dele, é um objeto em forma de uma sorridente tartaruga verde, com adesivos que simulam olhos e boca. A tartaruga é bem simpática e as vezes eu quase fico com pena dela, ao pensar que aquele simpático animalzinho de plástico foi feito com o único intuito de receber dejetos humanos. Minha mãe, por outro lado, prefere utilizar a simpatia da tartaruga penico para incentivar a perda da regalia proporcionada pelas fraldas ao meu irmão. Convencer uma criança de que é preciso controlar suas necessidades é difícil. Mais do que isso, é necessário ensiná-la a defecar de acordo com os padrões da sociedade na qual ela insere-se. A melhor argumento encontrado até agora para convencê-lo foi o de que a tartaruga vai ficar feliz se ele defecar dentro dela, e acredite ou não, essa é a única forma de persuadi-lo.

Isso pode parecer um pouco estranho, mas o fato é que todos nós crescemos perdendo e nos conformarmos com a perda ao fazer a alegria do penico. Não quero dizer aqui que enquanto defecamos somos mais felizes. Falo de um metafórico penico que encontramos em vários momentos de nossas vidas. O mesmo penico que sempre estamos nos esforçando para alegrar. Crescemos e amadurecemos quando perdemos regalias e nos tornamos independentes. Precisamos aprender a nos virar sozinhos, necessitamos de um emprego e temos que abandonar os nossos pais e a dependência que sempre tivemos em relação a eles. E por que fazemos tudo isso? Porque crescemos acreditando que isso deve ser feito. Não há razão para nada do que somos impulsionados a fazer durante a nossa vida. Fazemos porque todos fazem. Como forma de trazer uma satisfação pessoal, fazemos tudo simplesmente porque acreditamos estar alegrando o penico. Mudamos nossas atitudes porque precisamos e ao fazer isso, acreditamos estar fazendo algo de bom para alguém, incluindo nós mesmos. Tente identificar o penico que você faz de alvo para sua alegria...


quinta-feira, janeiro 05, 2006

Dinheiro, você também precisa dele

Eu pensei em publicar algo sobre o meu primeiro velório. Cheguei até a escrever um texto falando sobre essa experiência, mas mudei de idéia. Ao invés de falar sobre morte, hoje eu vou falar algo bem mais empolgante: dinheiro. Por incrível que parece, os dois temas tem tudo a ver, e foi, refletindo sobre um deles que eu encontrei o outro. Tudo começou quando eu tomei conhecimento dos valores gastos com o velório do meu tio.

O gasto oficial com o enterro foi de R$847,00. Acrescem-se a esse valor, os subornos dados desde o bombeiro que recolheu o corpo até o responsável pela papelada que agilizou tudo. Diante da constatação de que tudo é movido à dinheiro, um dos meus tios olhou para mim e disse:
- Ta vendo? É por isso que quando se é jovem, você tem que estudar e conseguir um bom emprego. Para nessas horas ter dinheiro.

Essa foi a lição do dia: “Consiga muito dinheiro e entre no esquema. Dinheiro, dinheiro e mais dinheiro. Você precisa dele. Estude, trabalhe e viva para o dinheiro, afinal, você precisa dele”

domingo, janeiro 01, 2006

2006

Crias expectativas é uma das coisas que eu mais faço. A singularidade das minhas expectativas está no fato de todas, absolutamente todas elas serem frustradas. Sempre espero mais do que o futuro me reserva. Todos os planos e coisas boas que a minha iludida mente elabora para o que está por vir, termina em um completo vazio preenchido pelo nada. É por isso que eu deveria aprender a não mais fazer planos ilusórios acerca de um possível futuro feliz. O problema é que nunca faço o que deveria e por isso vou traçar aqui os meus planos para 2006. Não sei se esse blog resistirá ao próximo ano, mas acho que será interessante voltar aqui exatamente daqui a um ano para escrever sobre esses planos.

Terminar a faculdade

É, depois de mais de 4 anos, acho que já está na hora de pegar o canudo. Terminar a monografia e seguir a licenciatura é um imperativo que coloca-se para a minha vida acadêmica.

Trabalhar

Já passou da hora de eu arrumar um emprego de verdade. A minha vida de bolsista já chegou ao fim e aquela pouca grana da qual eu tanto reclamava vai fazer uma tremenda falta. Algo me diz que o emprego de filho do meu pai, não vai trazer um futuro promissor. Esse é o ano do tudo ou nada. Um emprego na minha área é a meta. Professor ou outra coisa que eu consiga fazer.

Dar um rumo na minha vida espiritual

Esse é a mais indefinida das metas. Pode não parecer, mas eu não sei o que será da minha vida “religiosa” em 2006. Questionamentos e dúvidas tem invadida a minha mente de uma forma implacável. Não tenho sentido a presença de Deus em minha vida como antes e as idas à igreja tem sido cada vez mais vazias. Uma coisa que eu não quero e manter uma vida dupla em que na Igreja eu pareço ser um cristão e fora dela não. Não quero viver de aparências e muito menos continuar vivendo uma vida cristã de uma forma superficial. Odeio a hipocrisia e é por isso que em 2006 eu preciso me decidir entre me firmar ou abandonar tudo isso, demolindo assim todo o meu edifício de crenças para com calma reconstruí-lo.

Ser menos virtual

Pode não parecer, mas eu tenho passado tempo demais na Internet. Preciso viver mais e parar de ter como meta do dia, ver meus recado no orkut, publicar um texto novo aqui no blog ou ver se fulana de tal está on line.

Não parar de andar de skate

Quero ter mais responsabilidades, tanto em termos pessoais como em aspectos profissionais. No entanto, o que eu não quero é deixar de andar de skate. Essa é a minha válvula de escape e uma forma de esquecer todas as minhas frustrações do dia a dia.

Arrumar uma mulé

Já passei da fase da tranqüilidade. Realmente preciso achar alguém que aceite me fazer companhia. Mais um pouco e eu vou entrar na fase do pistoleiro cego, atirando para todos os lados. Minha mãe diz que eu sou legal e até bonitinho. Eu sei que opinião de mãe não conta, mas a minha é a única que faz propaganda grátis da minha pessoa.
Interessadas, podem enviar o currículo...

Ser feliz
Uma meta um tanto quanto ampla. Preciso aproveitar melhor o meu dia e voltar a rir das coisas mais simples e comuns da vida. Tenho que viver mais.