Escritos e reflexões de uma mente atordoada Fora dos ilimitados limites da razão

domingo, fevereiro 26, 2006

A boa do carnaval


Evento ainda em andamento...

ps: Arte por Eric Fernandez

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Fenômeno: a revista que explica o que até Deus pediria ajuda aos universitários para responder

Porque até as coisas inexplicáveis tem uma explicação

Neste número:
Saiba porquê Jun1or abandonou a Igreja.
Uma entrevista exclusiva com um dos mais recentes ex-cristãos do universo blogueiro.


Fenômeno: Antes de saber o motivo da sua saída, eu gostaria de saber a sua trajetória como cristão.

Jun1or: Tem certeza disso? A minha trajetória é recheada de idas e voltas. E comecei a ir à Igreja evangélica ainda criança. Criança não procura razão para nada, apenas obedece os pais. No caso da Igreja eu obedecia com gosto. As Histórias bíblicas são interessantíssimas e acho que todas as crianças adoram ouvi-las. Eu ia para a igreja todos os domingos por duas razões: A minha mãe me levava a um lugar que era muito divertido para mim. Com 10 anos mudei-me de cidade e acompanhei a minha mãe na ausência da igreja. Aos 15 anos fui batizado na Igreja Batista, selando o meu retorno à casa de Deus. Poderia dizer que fui tocado pelo espírito santo de Deus, mas também poderia ser mais sincero e afirmar que fui para a Igreja porque todos os meus amigos foram. Quanto ao Espírito Santo, basta crer que você sente a presença de qualquer coisa que você queira. Eu cria. Fui feliz enquanto estive na Igreja Batista. Igrejas evangélicas criam um universo específico para os adolescentes: músicas, eventos, reuniões e programações específicas fazem com que você feche o seu círculo de amizades dentro da Igreja. Grande parte da Crença está diretamente ligada às pessoas com as quais você as compartilha. Se você gosta de estar perto de alguém, compartilhar uma crença será algo como concordar acerca do som de uma banda. Mas voltando à história, com 17 mudei-me novamente. Abandonei a Igreja mais uma vez. Voltei 2 anos depois a freqüentar uma igreja onde por muito tempo me senti bem. Chegou no entanto o dia em que eu não soube responder porque estava ali. As razões que me levaram à Igreja sempre foram coisas que tão vazias quanto as razões que me mantinham lá. Foi aí que resolvi mudar e pela primeira vez abandonei a Igreja porque eu quis.

Fenômeno: Bem que você disse que era uma longa história. Diga-nos, você não abandonou a Igreja para viver a libertinagem do mundo?

Jun1or: Libertinagem? Gosto dessa palavra. Posso te garantir que me sinto bem melhor agora do que antes. Passei algum tempo dividindo a minha vida na Igreja com a suposta “vida libertina”. Era horrível ter consciência de que eu estava fazendo algo que não coincidia com a minha postura cristã. Eu me sentia mal, me arrependia e por um tempo me apegava às coisas da Igreja. Mas aquele peso da consciência era algo insuportável. Me apegar à toda essa moral cristã estava me fazendo muito mal.

Fenômeno: Mas você ainda acredita na moral cristã?

Jun1or: Tenho sérias dívidas quanto a isso. Eu acho que ainda acredito em Deus. A questão é que eu preciso parar para pesar se aquilo que eu achava que vinha dele, vem realmente dele. Existem coisas que realmente não possuem uma explicação e Deus poderia ser a solução, mas se usarmos Deus para explicar tudo o que não podemos entender, seremos seres muito limitados. Sempre acreditei porque tinha que acreditar. Seguia por seguir e nada mais, como quando você está em um trem e segue o balanço sem se perguntar se você realmente está gostando de estar ali. Um dia, parei e resolvi descer na próxima estação. A moral cristã é apenas mais uma das que existem no mundo. O cristianismo é mais uma religião. Quem a segue, crê que na sua verdade tanto quanto um hindu crê nos seus deuses. Quem está certo? Todas as religiões possuem um mito de criação e um código de conduta que leva à algum tipo de redenção. Não há uma verdade, mas sim verdades.

Fenômeno: No que você acredita então?

Jun1or: Acredito que preciso fazer o que eu tiver vontade de fazer. O resto é conseqüência. Respeitando os limites imposto pela necessidade de auto-preservação e o respeito ao próximo, quero fazer o que der na telha. Acredito que está na hora de eu pensar por mim mesmo. É hora de ter autonomia e fugir do que sempre me impuseram como uma verdade. Já cansei de ser limitado pela eterna proibição social. Como um dia fez Descartes, eu estou demolindo o meu edifício de crenças. Pretendo aos poucos reconstruí-lo por mim mesmo.

Fenômeno: Mas digamos que o Cristianismo seja a única forma de se obter a salvação. O que você irá pensar quando Jesus Cristo voltar para buscar os santos?

Jun1or: Divida o número cem pela quantidade de religiões e crenças que existem pelo mundo afora. O resultado é a probabilidade que o Cristianismo tem de ser a verdade e mesmo assim o simples fato de existirem outras opções tidas como verdades revela que não pode existir um único caminho. Qual a diferença entre o pastor da esquina e um etíope muçulmano?

Fenômeno: Certo, mas hipoteticamente falando, o que você faria se Jesus voltasse agora?

Jun1or: Eu olharia para ele e diria: Eu fiz o que eu achei que deveria fazer. Você deveria saber que eu ia fazer isso mesmo. Foi mal, mas é que não pareceu muito sensato crer que você existia. E se por acaso eu for parar no inferno, vou olhar bem nos olhos do Diabo e vou dizer: Seu filho de uma égua, você me enganou direitinho hein .

Na próxima edição:

Saiba a verdade sobre o haudoken executado pelo garoto de 14 anos. Ele queria na verdade fazer o helicóptero da Chun-li.
E mais:
Uma flagra de outro mundo: Fotos exclusivas do Micky Jagger mexendo o popozão no baile funk da vila vintém.

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

A fábrica de idiotas

O Big Brother Brasil torna as pessoas mais idiotas. Não me refiro aqui aos telespectadores, mas sim aos participantes. Todos os seres que passam pela experiência de confinamento, proporcionada por esse reality show, invariavelmente ficam mais estúpidas. Famosas e ricas, mas idiotas. Os indícios da estupidez podem ser percebidos desde o primeiro dia, ou será que todas aquelas considerações vazias acerca do que existe na casa, assim como os tradicionais pulinhos coletivos, fazem parte dos traços da personalidade de um ser humano comum? O que dizer então da progressiva demonstração de ignorância demonstrada pelos participantes ao longo da estadia na casa? Mas nada, nada é mais idiota do que, ao ver os familiares na tela da casa, pular freneticamente e apontar para as pessoas gritando os seus respectivos nomes. Quem terá sido o BBB que inventou isso? Apontar para imagens de pessoas em uma televisão e pular seguidamente são coisas tão idiotas que seu inventor deveria entrar para o Guinnes Book como o criador da mais estúpida modalidade de saudação.

Os dias de eliminação são os pontos altos da publicização da estupidez big brothesca. O rejeitado pelo público e pelos outros participantes deixa a casa entre abraços e palavras de impacto do tipo: Vai fulano de tal, é isso aí, uhuuuuuuu. Todos se abraçando e chorando, enquanto pensam: antes ele do que eu. O eliminado fala alguma coisa idiota e todos gritam o seu nome de forma mais idiota ainda. Aí, ele chega junto ao Bial e diz que está sem palavras, lê-se: quer ouvir algo idiota? Mais um eliminado, mais um Ex-BBB, mais um idiota no mundo.

sábado, fevereiro 11, 2006

O homem que faz aniversário duas vezes por ano

Essa semana fiz 44 anos. Deveria ter chegado à casa dos 22, mas graças aos conturbados acontecimentos do ano de 1984, ganhei a oportunidade de fazer aniversário duas vezes por ano. Toda a cadeia de acontecimentos que levou à essa anomalia do calendário, iniciou-se de uma forma um tento quanto inusitada.

Bernadeth, a moça que emitiu o documento no hospital, amava Teonilton, funcionário do cartório. No dia 7 de fevereiro de 1984 ela pretendia remarcar o encontro dos dois, agendado para o sábado, dia 10 do mesmo mês. Acontece que a mãe de Bernadeth, dona Gevonalda estava muito, mas muito doente mesmo. Na verdade, a velha já estava com um pé na barca de Caronte e quem estava segurando ela, era sua filha. Em uma época em que os telefones celulares ainda sonhavam em existir e quando a Telerj cuidava das linhas telefônicas do Rio de Janeiro, fazer ligações era algo mais difícil do que ter uma conversa inteligente com algum big brother.

Estava Bernadeth pensando em como iria dar o recado para Ilton, como ela lhe chamava, quando chegou às suas mãos o registro do nascimento de um certo Jailton Junior. A moça, esperta como só ela, não pensou duas vezes e ao invés de registrar a data correta no dia 7, escreveu um oito, que logo seria entendido por Teonilton como uma prorrogação do encontro das 7 para às 8 horas do Dia 10. O Já Ilton, logo seria compreendido pelo seu amado, já que a expressão saía corriqueiramente da boca de Bernadeth.

Assim, um certo Jailton Junior que nasceu no dia 7 de fevereiro, foi registrado no dia 8 e passou a fazer aniversário 2 vezes por ano; dia 7 para os familiares e dia 8 nos registros oficiais. Bernadeth e Teonilton encontraram-se no campo do Santana às 8 horas do dia 10 de fevereiro de 1984, 10 minutos antes de dona Gevonalda bater as botas e deixar 500 milhões de cruzeiros como herança para os dois. 7 meses depois eles casaram-se e iniciaram a elaboração do primeiro dos 5 filhos e meio que viriam a compor a família e o grupo de circo. Atualmente, o casal divide o tempo entre a manutenção de um blog, os ensaios para novos números malabarísticos e a atuação como dançarinos da banda Kalipso.

segunda-feira, fevereiro 06, 2006

Quase 22

Trabalho + bar + música + confraternização + revelações + declarações + diversão + gargalhadas + show + uma pessoa inesperada + calor + churrasco de aniversário antecipado começando às 4 e meia da manhã + drinks caseiros + coisas engraçadas, muito engraçadas + amigos + hardcore + dvd do Alice in Chains + meditação = um fim de semana doido, muito doido.

sexta-feira, fevereiro 03, 2006

Incompreensão

Eu não entendo. Desculpe, mas é que eu realmente não entendo.Eu até que me esforço e me dedico a tentar, mas eu realmente não entendo.
Longe de você tudo faz sentido: as falas são perfeitas, as situações são completas, o tempo é ideal e o nós chega até mesmo a existir.
Distante de você, eu imagino, e a vida até parece sorrir para mim. Sim, longe de você ela não ri de mim. Longe de você, a vida exibe-me o seu sorriso.
E é por isso que eu não entendo. Não entendo porque tudo é tão estranho ao seu lado. Me esforço mas não compreendo.
O que acontece comigo quando lhe vejo escapa à minha compreensão. São milésimos de segundo que afugentam as palavras da minha boca. Situações ausentes que te afastam de mim.
Perto de você eu me perco, me anulo. E essa á a maior das minhas incompreensões. Não entender a razão que me leva a ser tão falho perto de você; tão medíocre, tão comum, tão sem você...