Fenômeno: a revista que explica o que até Deus pediria ajuda aos universitários para responder
Porque até as coisas inexplicáveis tem uma explicação
Neste número:
Saiba porquê Jun1or abandonou a Igreja.
Uma entrevista exclusiva com um dos mais recentes ex-cristãos do universo blogueiro.
Fenômeno: Antes de saber o motivo da sua saída, eu gostaria de saber a sua trajetória como cristão.
Jun1or: Tem certeza disso? A minha trajetória é recheada de idas e voltas. E comecei a ir à Igreja evangélica ainda criança. Criança não procura razão para nada, apenas obedece os pais. No caso da Igreja eu obedecia com gosto. As Histórias bíblicas são interessantíssimas e acho que todas as crianças adoram ouvi-las. Eu ia para a igreja todos os domingos por duas razões: A minha mãe me levava a um lugar que era muito divertido para mim. Com 10 anos mudei-me de cidade e acompanhei a minha mãe na ausência da igreja. Aos 15 anos fui batizado na Igreja Batista, selando o meu retorno à casa de Deus. Poderia dizer que fui tocado pelo espírito santo de Deus, mas também poderia ser mais sincero e afirmar que fui para a Igreja porque todos os meus amigos foram. Quanto ao Espírito Santo, basta crer que você sente a presença de qualquer coisa que você queira. Eu cria. Fui feliz enquanto estive na Igreja Batista. Igrejas evangélicas criam um universo específico para os adolescentes: músicas, eventos, reuniões e programações específicas fazem com que você feche o seu círculo de amizades dentro da Igreja. Grande parte da Crença está diretamente ligada às pessoas com as quais você as compartilha. Se você gosta de estar perto de alguém, compartilhar uma crença será algo como concordar acerca do som de uma banda. Mas voltando à história, com 17 mudei-me novamente. Abandonei a Igreja mais uma vez. Voltei 2 anos depois a freqüentar uma igreja onde por muito tempo me senti bem. Chegou no entanto o dia em que eu não soube responder porque estava ali. As razões que me levaram à Igreja sempre foram coisas que tão vazias quanto as razões que me mantinham lá. Foi aí que resolvi mudar e pela primeira vez abandonei a Igreja porque eu quis.
Fenômeno: Bem que você disse que era uma longa história. Diga-nos, você não abandonou a Igreja para viver a libertinagem do mundo?
Jun1or: Libertinagem? Gosto dessa palavra. Posso te garantir que me sinto bem melhor agora do que antes. Passei algum tempo dividindo a minha vida na Igreja com a suposta “vida libertina”. Era horrível ter consciência de que eu estava fazendo algo que não coincidia com a minha postura cristã. Eu me sentia mal, me arrependia e por um tempo me apegava às coisas da Igreja. Mas aquele peso da consciência era algo insuportável. Me apegar à toda essa moral cristã estava me fazendo muito mal.
Fenômeno: Mas você ainda acredita na moral cristã?
Jun1or: Tenho sérias dívidas quanto a isso. Eu acho que ainda acredito em Deus. A questão é que eu preciso parar para pesar se aquilo que eu achava que vinha dele, vem realmente dele. Existem coisas que realmente não possuem uma explicação e Deus poderia ser a solução, mas se usarmos Deus para explicar tudo o que não podemos entender, seremos seres muito limitados. Sempre acreditei porque tinha que acreditar. Seguia por seguir e nada mais, como quando você está em um trem e segue o balanço sem se perguntar se você realmente está gostando de estar ali. Um dia, parei e resolvi descer na próxima estação. A moral cristã é apenas mais uma das que existem no mundo. O cristianismo é mais uma religião. Quem a segue, crê que na sua verdade tanto quanto um hindu crê nos seus deuses. Quem está certo? Todas as religiões possuem um mito de criação e um código de conduta que leva à algum tipo de redenção. Não há uma verdade, mas sim verdades.
Fenômeno: No que você acredita então?
Jun1or: Acredito que preciso fazer o que eu tiver vontade de fazer. O resto é conseqüência. Respeitando os limites imposto pela necessidade de auto-preservação e o respeito ao próximo, quero fazer o que der na telha. Acredito que está na hora de eu pensar por mim mesmo. É hora de ter autonomia e fugir do que sempre me impuseram como uma verdade. Já cansei de ser limitado pela eterna proibição social. Como um dia fez Descartes, eu estou demolindo o meu edifício de crenças. Pretendo aos poucos reconstruí-lo por mim mesmo.
Fenômeno: Mas digamos que o Cristianismo seja a única forma de se obter a salvação. O que você irá pensar quando Jesus Cristo voltar para buscar os santos?
Jun1or: Divida o número cem pela quantidade de religiões e crenças que existem pelo mundo afora. O resultado é a probabilidade que o Cristianismo tem de ser a verdade e mesmo assim o simples fato de existirem outras opções tidas como verdades revela que não pode existir um único caminho. Qual a diferença entre o pastor da esquina e um etíope muçulmano?
Fenômeno: Certo, mas hipoteticamente falando, o que você faria se Jesus voltasse agora?
Jun1or: Eu olharia para ele e diria: Eu fiz o que eu achei que deveria fazer. Você deveria saber que eu ia fazer isso mesmo. Foi mal, mas é que não pareceu muito sensato crer que você existia. E se por acaso eu for parar no inferno, vou olhar bem nos olhos do Diabo e vou dizer: Seu filho de uma égua, você me enganou direitinho hein .
Na próxima edição:
Saiba a verdade sobre o haudoken executado pelo garoto de 14 anos. Ele queria na verdade fazer o helicóptero da Chun-li.
E mais:
Uma flagra de outro mundo: Fotos exclusivas do Micky Jagger mexendo o popozão no baile funk da vila vintém.
Neste número:
Saiba porquê Jun1or abandonou a Igreja.
Uma entrevista exclusiva com um dos mais recentes ex-cristãos do universo blogueiro.
Fenômeno: Antes de saber o motivo da sua saída, eu gostaria de saber a sua trajetória como cristão.
Jun1or: Tem certeza disso? A minha trajetória é recheada de idas e voltas. E comecei a ir à Igreja evangélica ainda criança. Criança não procura razão para nada, apenas obedece os pais. No caso da Igreja eu obedecia com gosto. As Histórias bíblicas são interessantíssimas e acho que todas as crianças adoram ouvi-las. Eu ia para a igreja todos os domingos por duas razões: A minha mãe me levava a um lugar que era muito divertido para mim. Com 10 anos mudei-me de cidade e acompanhei a minha mãe na ausência da igreja. Aos 15 anos fui batizado na Igreja Batista, selando o meu retorno à casa de Deus. Poderia dizer que fui tocado pelo espírito santo de Deus, mas também poderia ser mais sincero e afirmar que fui para a Igreja porque todos os meus amigos foram. Quanto ao Espírito Santo, basta crer que você sente a presença de qualquer coisa que você queira. Eu cria. Fui feliz enquanto estive na Igreja Batista. Igrejas evangélicas criam um universo específico para os adolescentes: músicas, eventos, reuniões e programações específicas fazem com que você feche o seu círculo de amizades dentro da Igreja. Grande parte da Crença está diretamente ligada às pessoas com as quais você as compartilha. Se você gosta de estar perto de alguém, compartilhar uma crença será algo como concordar acerca do som de uma banda. Mas voltando à história, com 17 mudei-me novamente. Abandonei a Igreja mais uma vez. Voltei 2 anos depois a freqüentar uma igreja onde por muito tempo me senti bem. Chegou no entanto o dia em que eu não soube responder porque estava ali. As razões que me levaram à Igreja sempre foram coisas que tão vazias quanto as razões que me mantinham lá. Foi aí que resolvi mudar e pela primeira vez abandonei a Igreja porque eu quis.
Fenômeno: Bem que você disse que era uma longa história. Diga-nos, você não abandonou a Igreja para viver a libertinagem do mundo?
Jun1or: Libertinagem? Gosto dessa palavra. Posso te garantir que me sinto bem melhor agora do que antes. Passei algum tempo dividindo a minha vida na Igreja com a suposta “vida libertina”. Era horrível ter consciência de que eu estava fazendo algo que não coincidia com a minha postura cristã. Eu me sentia mal, me arrependia e por um tempo me apegava às coisas da Igreja. Mas aquele peso da consciência era algo insuportável. Me apegar à toda essa moral cristã estava me fazendo muito mal.
Fenômeno: Mas você ainda acredita na moral cristã?
Jun1or: Tenho sérias dívidas quanto a isso. Eu acho que ainda acredito em Deus. A questão é que eu preciso parar para pesar se aquilo que eu achava que vinha dele, vem realmente dele. Existem coisas que realmente não possuem uma explicação e Deus poderia ser a solução, mas se usarmos Deus para explicar tudo o que não podemos entender, seremos seres muito limitados. Sempre acreditei porque tinha que acreditar. Seguia por seguir e nada mais, como quando você está em um trem e segue o balanço sem se perguntar se você realmente está gostando de estar ali. Um dia, parei e resolvi descer na próxima estação. A moral cristã é apenas mais uma das que existem no mundo. O cristianismo é mais uma religião. Quem a segue, crê que na sua verdade tanto quanto um hindu crê nos seus deuses. Quem está certo? Todas as religiões possuem um mito de criação e um código de conduta que leva à algum tipo de redenção. Não há uma verdade, mas sim verdades.
Fenômeno: No que você acredita então?
Jun1or: Acredito que preciso fazer o que eu tiver vontade de fazer. O resto é conseqüência. Respeitando os limites imposto pela necessidade de auto-preservação e o respeito ao próximo, quero fazer o que der na telha. Acredito que está na hora de eu pensar por mim mesmo. É hora de ter autonomia e fugir do que sempre me impuseram como uma verdade. Já cansei de ser limitado pela eterna proibição social. Como um dia fez Descartes, eu estou demolindo o meu edifício de crenças. Pretendo aos poucos reconstruí-lo por mim mesmo.
Fenômeno: Mas digamos que o Cristianismo seja a única forma de se obter a salvação. O que você irá pensar quando Jesus Cristo voltar para buscar os santos?
Jun1or: Divida o número cem pela quantidade de religiões e crenças que existem pelo mundo afora. O resultado é a probabilidade que o Cristianismo tem de ser a verdade e mesmo assim o simples fato de existirem outras opções tidas como verdades revela que não pode existir um único caminho. Qual a diferença entre o pastor da esquina e um etíope muçulmano?
Fenômeno: Certo, mas hipoteticamente falando, o que você faria se Jesus voltasse agora?
Jun1or: Eu olharia para ele e diria: Eu fiz o que eu achei que deveria fazer. Você deveria saber que eu ia fazer isso mesmo. Foi mal, mas é que não pareceu muito sensato crer que você existia. E se por acaso eu for parar no inferno, vou olhar bem nos olhos do Diabo e vou dizer: Seu filho de uma égua, você me enganou direitinho hein .
Na próxima edição:
Saiba a verdade sobre o haudoken executado pelo garoto de 14 anos. Ele queria na verdade fazer o helicóptero da Chun-li.
E mais:
Uma flagra de outro mundo: Fotos exclusivas do Micky Jagger mexendo o popozão no baile funk da vila vintém.