Escritos e reflexões de uma mente atordoada Fora dos ilimitados limites da razão

quarta-feira, janeiro 25, 2006

Fragmentos sonoros de uma sanitário


Entro no banheiro, masculino é claro. Espaço amplo, iluminação privilegiada. Chego de frente para o Zé do bocão e enquanto retiro a água do joelho, ouço aquela melodia que só um homem pode ouvir. São os resíduos que o meu organismo descartou em forma líquida encontrando-se com a água do Zé. Havia, no entanto outro som naquele ambiente. Era uma conversa descontraída, informal e reveladora entre dois faxineiros, que àquela altura falavam sobre suas últimas e exóticas conquistas amorosas:

Pedófilodor: Cara, eu tava pegando uma mina de 12 anos. Era complicado pacas.

Ricardãodor: 12 anos?

P: É, mas não parece não. Parece ter uns 14, sabe.

R: Ah, eu tava saindo com uma mina aí também. Ela é novinha, mas já é casada.

P: Ah, pelo menos a tua é casada.

R: Ih, mas pegar mulher casada é complicado Cara. Venho no trem com ela e não posso nem dar uns pegas durante a viagem.

P: Ah, mas pelo menos ela é casada. Já tem o Marido e tal. Assim que tem que ser a mulher: Novinha e Casada. Assim, ela não fica te enchendo o saco. Essa que eu tava, era complicadão. Tive que sair da minha comunidade e tudo.

Dei a descarga, e depois de sair fiquei pensando: “Uma mina de 12 anos ou uma mulher casada? Ó dúvida cruel”.


Pedófilodor: s.m. Do latim Pegacriancius. 1: Um Pedófilo pegador.

Ricardãodor: s.m. Do latim Ooutrus. 1: Um Ricardão Pegador.