Escritos e reflexões de uma mente atordoada Fora dos ilimitados limites da razão

domingo, março 26, 2006

Um ano de Incomensurável: a festa começou


Pegue sua máquina do tempo, ajuste o destino para o dia 26 de março de 2005 e você estará em um fim de semana santo, no qual um cara resolveu fazer um blog. Um ano depois aqui estou eu, pronto para iniciar os festejos de um ano de blog. Como primeira surpresa, eu lhes apresento o texto de um dos maiores culpados pela existência do incomensurável: o meu amigo Rodrigo Falcão. Leiam, divirtam-se e aproveitem, afinal a festa está apenas começando.

O Incomensurável – Episódio I: O início

Por Rodrigo P Falcão

Eu poderia contar a história de Júnior na galáxia dos blogs de diversas maneiras, mas a que mais condiziria com a verdadeira essência dessa história, já foi contada, a tempos atrás por um jovem cineasta chamado George Lucas. Porém, como não estou aqui p/ ganhar dinheiro ou criar uma nova mitologia, contarei essa história à minha maneira...confiando, é claro, na imaginação do leitor p/ criar a parte dos efeitos visuais de última geração que o meu pobre teclado não conseguir dar conta...
Ressaltando obviamente que qualquer semelhança com qualquer outra história é mera coincidência...

Essa história começa a muito, muito tempo atrás quando um então jovem mestre Jedi (vamos usar esse termo, p/ evitar problemas com os direitos autorais) fazia sua primeira incursão pela galáxia dos blogs, universo paralelo cheio de criaturas fantásticas e abomináveis. Num dos planetas desse sistema, o planeta “Weblogger”, esse jovem mestre Jedi teria (ainda sem saber, é claro) que realizar sua última prova antes de ser efetivando no cargo de supra-sumo-mestre-fodão-estilo-yoda, e para isso, ele teria que convencer um jovem com talentos especiais, a aceitar a natureza da Força...
No entanto, o que o jovem mestre não contava era que esse seu discípulo tivesse uma natureza tão indolente que o impedia de aceitar que a Força tem os seus desígnios próprios, e que, independente dos caminhos escolhidos, tudo já está traçado de antemão por Ela. O que só faria o jovem mestre ter mais trabalho e paciência p/ mostrar ao discípulo o Lado ‘certo’ da Força...
Porém, como toda história tem sua componente de drama e de suspense...com a nossa também não podia ser diferente...
Ao fugir do planeta “Weblogger” o discípulo acenou com possibilidade de se bandear p/ o Lado Negro da Força...
E foi o que realmente aconteceu...
Ele criou um Flog (traição máxima que um habitante da galáxia dos blogs pode cometer)...o jovem mestre, ao contrário do que previra o aluno indolente, não esboçou nenhuma reação em retaliação...já que este tinha profundo conhecimento dos caminhos que a Força traça p/ cada um de nós...
Ele apenas esperou, com um plácido, porém irônico, sorriso no rosto, que seu discípulo se desse conta de sua verdadeira missão...
E foi, não sem alguns percalços que o discípulo perdido encontrou o seu caminho...
E num glorioso dia de abril, ele, Júnior, o discípulo perdido, foi coroado Senhor do Incomensurável...Graça concedida a poucos...
Criando agora, junto com seu velho mestre e alguns outros que se juntaram a eles no planeta “Blogspot”, um ambiente tranqüilo onde a esperança pôde, enfim, chamar de lar...
Mas, não por muito tempo...já que os Emos e aqueles que ‘ixcrevem axim’ ameaçam a tranqüilidade desse lugar...
Porém, isso já é assunto p/ uma outra história...

O que vim aqui dizer, e não disse, é que fico muito feliz que “O Incomensurável” tenha resistido às atribulações da vida real e esteja agora completando um ano de existência, nos brindando a cada dia (ou semana, se preferirem) com textos de excelente qualidade...
É isso aí...
Vida longa ao Incomensurável...
Que a Força esteja com vocês!(agora entendo por que o George Lucas ganha dinheiro e eu não...rs)

sexta-feira, março 24, 2006

E o Oscar vai para

E eis que após quase um ano de blog, chegamos ao dia mais esperado dentre estes os últimos 365: a entrega no prêmio do melhor blog localizado no endereço www.oincomensuravel.blogspot.com. O Vencedor é alguém que com muita perseverança, sorte, criatividade e um pouco de molho especial persistiu na árdua tarefa de manter vivo mais um blog no vasto universo da web. Batam palmas para Jun1or, o gerente do incomensurável. Ovacionem também Heráclito, o pipoqueiro colaborador deste periódico. Peço apenas que as mulheres controlem-se até que encerremos a cerimônia. Passo agora a palavra para o grande homenageado na noite, o nosso amigo Jun1or:

É com muita honra que eu recebo esse prêmio. Foi uma grande surpresa para a minha pessoa e por isso não preparei qualquer discurso. Gostaria apenas de agradecer ao meu amigo Rodrigo Falcão, aquele que está ali na última fila segurando um dicionário. Grato sou também a toda a equipe dos Blogueiroz e em especial ao Easy Eigth que me convidou para entrar no time. À Lelinha agradeço pelas construtivas e engraçadas conversas travadas através do MSN. Agradeço aos amigos Eric, Adriana, Suíno, Ana, Elaine, Patrícia e a outros que sempre que me encontram citam algo que leram no blog. Grato sou ainda à Jarid, à Bruna, à bonequinha de pano, ao Diego P, ao Oz, à Juliana, ao Montana, ao André, ao Rufino e a todos os que algum dia, sem querer querendo entraram aqui no blog e começaram a comentar estabelecendo assim um laço blogueirístico entre o incomensurável e outros blogs. Esse prêmio também é de vocês. Ao meu irmão, agradeço as vezes em que ele sem querer desligou o computador e me fez reescrever os textos. Vou agora citar o nome de todas as pessoas que me ajudaram a manter esse blog...

-Você não vai deixar eu falar não?

-Ah, foi mal Heráclito, pode falar. Todos que já entraram aqui podem considerar os seus nomes como citados.

-Finalmente hein. Bom, eu Heráclito gostaria de agradecer ao óleo de soja Soya e à todas as galinhas que passaram fome para que eu tivesse milho para fazer pipocas, afinal é fazendo pipocas que eu encontro inspiração para escrever.Eu gostaria também de...

Já chega, vocês dois já agradeceram demais. Eu quero apenas saber do Jun1or se vai haver alguma comemoração especial no incomensurável.

-Ah, vai sim. Eu ainda estou na fase dos preparativos, mas posso garantir que muitas surpresas virão. Aproveitando a oportunidade eu gostaria de falar sobre o drama que as baleias da costa ocidental da África estão enfrentando nessa época do ano. Todos deveriam se solidari....Ei, porque desligaram o meu microfone? E as luzes? Acedam as luzes.

domingo, março 19, 2006

Um pipoqueiro na Rocinha

Heráclito, o pipoqueiro cronista *.

Após longos posts de ausência, eu o pipoqueiro mais sagaz no mundo blogueiro estou de volta ao incomensurável. Dessa vez, trago revelações mais bombásticas do que o último episódio de “Lost”.
Todos, com um mínimo de informação, acompanharam a saga do exército brasileiro pelas favelas cariocas em busca das armas roubadas de um quartel do Rio de Janeiro. A recuperação das armas na última terça-feira encerrou o episódio, no entanto a mídia mais uma vez equivocou-se na investigação dos fatos e se não fosse esse que vos escreve, tudo o que ocorreu nesse terça-feira resumiria-se às palavras de Willian Bonner no telejornal mais assistido do Brasil.
O relato descrito abaixo é apenas uma parte de toda a experiência que eu vivi como fornecedor de pipoca extra-oficial dos membros da TraDeFRE (Traficantes Detentores dos Fuzis Roubados do Exército), cujo nome foi posteriormente alterado para TraDeFIhTPATOAPARE ( Traficantes Detentores dos Fuzis Ih Tem uma Pistola Aqui Também Onde? Aqui Pou Ai Roubados do Exército ) que ocuparam a Rocinha durante essa semana. Vamos aos fatos, cuidadosamente anotados no meu diário:

Terça-feira, 14 de março de 2006

12 h – Nunca fiz tanta pipoca na minha vida. Esses caras só querem saber de comer pipoca, assistir bob esponja, fumar, cantar a música da Xuxa e atirar, não necessariamente nessa mesma ordem. Eles estão um pouco agitados hoje. Vivalderson, o nariz de clitóris, disse que recebeu seguras informações de que o exército ia invadir o morro hoje. Mesmo assim, Blyan, o Robocop do sertão, disse que não vai perder a feijoada da dona Creuza.

15 h – Fui obrigado a subir mais um pouco o morro junto com eles e aqui estou na birosca da dona Creuza. A feijoada atrasou um pouco porque faltou o pé de porco. O problema já foi resolvido e após a morte de mais um PM já tem pé, orelha e todo o resto do corpo do porco. Faltou também algum tempero que o Chimbiquinha foi lá em baixo buscar e daqui a pouco estará de volta.

17 h –Finalmente a feijoada ficou pronta. A minha religião não permite comer feijoada depois das 16:59 minutos e por isso eu estou apenas saboreando umas pipocas. Chimbiquinha disse que também não vai querer feijoada. Ele está meio estranho e desde que voltou com o tal tempero anda totalmente desastrado. Até a peruca da dona Creuza ele já rancou.

23 h – Acabei de chegar em casa. A polícia queria me deter para averiguações, mas graças o cd pirata do Bruno e Marrone que eu tinha no bolso, o PM me liberou. Por volta das 19 h as coisas começaram a ficar estranhas na Rocinha. Blyan, Vivalderson e os outros membros do TraDeFIhTPATOAPARE tiveram duas notícias bombásticas. Primeiro, ficaram sabendo que o exército estava invadindo o morro em uma mega operação. Depois, descobriram que o banheiro da Dona Creuza estava em obras. O revertério estomacal provocado pela feijoada foi tão grande que eles pegaram os fuzis e saíram desesperados para o matagal mais próximo. O resto da história vocês já sabem.


A saga completa poderá ser conferida no livro que irei lançar em breve. Se você não tiver dinheiro para comprá-lo, basta esperar a minha aparição no JÔ Soares. Se você não possuir um aparelho de televisão, aguarde o lançamento de “A saga do pipoqueiro em busca dos dez fuzis roubados”, narrado por Cid Moreira. Se você não possuir dinheiro, um aparelho de som ou uma televisão, quando retornar ao planeta terra providencie um.

*Heráclito, o pipoqueiro cronista além de fazer pipocas executa investigações mais secretas que idade de mulher. Sempre que pode, ele escreve para o incomensurável.

terça-feira, março 14, 2006

Breve relato de um frustrado futuro feliz

As coisas não andavam muito bem para ele e aquela fatigante viagem de ônibus apenas corroborava com esse fato. As obrigações do dia seguinte passavam por sua cabeça e ali ficavam, como se fosse necessário lhe lembrar das suas responsabilidades. Logo ele, que sempre honrava os compromissos e que nunca havia se atrasado. Até mesmo para uma simples e informal reunião entre amigos, ele sempre era o primeiro a chegar. Desde pequeno sempre foi assim, e na escola primária, ao ser o primeiro a aprender a ver as horas, seu talento para a pontualidade já estava atestado. A falta de controle sobre o tempo era o que mais o deixava irritado em uma viagem de ônibus. Precisava ficar ali, a mercê do motorista, do transito e das outras pessoas. Eram tantas coisas que o tornavam dependente que ele odiava a idéia de não ter controle sobre nada daquilo.

Estava ele ali, tão preocupado com sua vida que nem a viu entrar. E, quando ele a notou, ela já estava se aproximando. Aquela imagem hipnotizou seus olhos e confundiu todos os seus sentidos. Ele pôde tocar aquela pele macia com os olhos. Conseguiu sentir a beleza daqueles olhos e ouviu o esvoaçar dos seus cabelos. Nada fez sentido naquele momento, mas de uma hora para outra todas as preocupações desapareceram da sua cabeça. A expectativa de que ela viesse a se sentar ao seu lado estacionou na sua mente como uma dessas esperanças que renova a vida de uma hora para outra. Estava já a pensar no que iria lhe dizer quando alguém antecipou-se e se acomodou ao seu lado. De uma hora para outra o sorriso que ensaiava sair do seu rosto escondeu-se junto com a alegria e a esperança.

Ela passou por ele e aqueles olhos inebriantes pareciam lamentar a falta de companhia. Talvez tenha sido apenas impressão de um coração solitário, mas a tradução que foi dada àquele olhar o deixou atordoado. Todas suas expectativas estilhaçaram com tal ferocidade que seu coração parecia haver se dissolvido. Ela não haveria de sentar-se ao seu lado e ele iria prosseguir na sua jornada solitária.

Um futuro de negativas passou pela sua mente. Eles dois não haveriam de esquecer do tempo, ali mesmo no ônibus. Ele não iria esquecer da sua timidez e dizer todas as impressões acerca dela. Os dois não iriam trocar telefones, nem tampouco esperar pela ligação um do outro. A aceleração do coração, que iria ser provocada em um Cinema qualquer pelo primeiro beijo, não ocorreria jamais. As trocas de juras de amor eterno não existiriam. O casamento, os filhos, aqueles simples momentos em que um simples olhar acompanhando um sorriso faz o mundo parecer perfeito; nada disso iria ter lugar no que estaria por vir. Os dois, sentados à varanda de uma casa que lhes serviria de lar por tantos anos, em uma dessas simples e belas tardes de domingo, já idosos, não haveriam nem de ali estar e muito menos estariam a rir das estripulias dos seus netos. Naquele inexistente domingo de um futuro impossível, eles não iriam olhar um para e muito menos ter a certeza de que a proximidade da morte, já iminente, trazia consigo a certeza de que a vida que tiveram juntos valeu a pena.

Aquele futuro que passou por sua cabeça jamais viria a ocorrer. Um desencontro e tudo estava mudado. Um simples e estúpido desencontro e todas aquelas coisas imaginadas e até sentidas por seu coração foram desmanchadas e jamais ocupariam um lugar na linha do tempo. Já caminhando em direção à sua casa, ele sentia que todos os sentimentos que haviam ocupado seu coração haviam simplesmente desaparecido. Mas, o seu peito não estava vazio. Ali, ocupando todo ele, havia algo que ainda iria o acompanhar por muito tempo. Ali, no seu peito, algo corrosivo e angustiante fazia questão de fazer-se presente. Ali, no seu coração, algo havia apropriado-se de tudo e agora só havia espaço para ela, a desilusão.

segunda-feira, março 06, 2006

Um ano de cronicamente inviável

Eu sei que o dia dos pais está um pouco longe, mas o post de hoje é uma homenagem ao pai deste blog. Trata-se do cronicamente inviável, o blog de um grande amigo meu. Ele, o senhor Falcão, é o culpado pela existência do Incomensurável. Graças a um ócio criativo pós carnaval 2005, o cronicamente inviável entrou no ar e desde então não saiu mais da minha lista de favoritos. E pensar que isso já faz mais de um ano. Um mês depois, estava eu, inaugurando a minha aventura pelo universo blogueiro com este periódico.
Por conta da ocasião do primeiro ano de cronicamente inviável, eu fui brindado com a honra de escrever algo sobre o blog. Optei por buscar as origens do periódico do cara e após vários segundos de árdua pesquisa, escrevi um texto bombástico onde está revelada toda a verdade sobre o processo de criação do blog. Quem quizer dar uma olhada clica aqui. Quem não quizer, clica aqui e quem estiver em dúvida clica aqui.

domingo, março 05, 2006

A revolta de um internauta frustrado

O Carnaval já se foi e a minha paciência com a internet discada está indo pelo mesmo caminho. Não vou me estender mais nessa estúpida reflexão de um internauta frustado pois o risco de a conexão cair antes que eu publique isso é muito grande.
"Sua conexão foi perdida"
Como assim minha conexão foi perdida?
Ela etava bem aqui, como ela foi perdida?
Ou Será que ela abandonou a vida comum e resolveu consumir drogas?
"Deseja discar novamente?"
Não, obrigado.
Se a conexão caiu é porque os deuses digitais não querem que eu continue na internet.
Isso só pode ser um sinal.