Escritos e reflexões de uma mente atordoada Fora dos ilimitados limites da razão

quarta-feira, março 30, 2005

Como fugir do Big Brother Brasil?

Eu tentei, com certeza eu tentei, mas cofesso que o meu esforço foi em vão.
A Terça-feira mal começou e algo já me assombrava. Acordei, liguei a televisão e lá estava ele. Já era meu velho conhecido pois todos os anos ele tem como principal função tomar conta do tempo de milhares de pessoas durante alguns meses. Todos falam nele, desde o amanhecer com a Ana Maria Braga até o altas horas do serginho grousman. Ele ocupa todo o tempo de conversa em outras ocasiões dedicado para a última rodada do campeonato brasileiro ou para os ladrões de Brasília. É realmente poderoso, tendo o alcance da sua influência espalhado por todo o Brasil. No sul Bento comenta: -Mas barbaridade, tá parecendo que aquele baitola vai ganhar todo o dinheiro. E lá na Bahia, cleosvaldo responde: - ôxente, torço é muito por ele vice, pelo menos o cabra é baiano, apesar de ser calça frouxa.
Com esse enorme poder, seria difícil escapar dele no seu dia principal, o dia da definição. No ônibus lotado ele era o assunto principal e tive que amargar duas horas de viagem expremido entre cidadãos que discutiam quem merecia ganhar um milhão de reais, nada mais empolgante para começar o dia. Chegando na faculdade descubro que a professora faltou, provavelmente porque estava ocupada com ele. Sala vazia sem professor e ele torna-se assunto novamente mostrando que o seu poder chega a todos os espaços possíveis e imagináveis.
No fim do dia retorno para casa e todos apreensivos comentam dobre ele. Ouço então pela enésima vez a célebre pergunta: você está torcendo por quem? Na minha mente a resposta que vem não é muito simpática e guardando-a para mim, eu digo apenas que torço pela grazi. -por quê? vem a outra pergunta que já era esperada. Será que já não basta dizer um nome, é preciso dizer porque eu quero que um desconhecido que passa várias semanas sem fazer nada ganhe um milhão de reais? Respondo apenas que torço por ela porque ela é a mais simpática.
Finda a novela América eu tentei fugir dele e até dei uma zapeada nos outros canais. Padre Marcelo Rossi falando aqui, tatuagens em celebridades desconhecidas ali, e outros assuntos que de tão empolgantes eu já me esqueci.
Então eu me rendi e acompanhei um teatrinho bem armado do qual até mesmo um cara que já foi taxado pela mídia como maconheiro fazia parte. O "Mestre" botou todos para dançar e quase no final o Japa também dançou, mas bailou dirigindo um carro novinho em folha. Restaram então uma miss e um "professor" que declarou sua opção homossexual para todo o Brasil.
O final da história todos já conhecem: Mais de 32 milhões de votos e o baiano faturou. Mas quem será que garantiu a sua vitória?: "o professor", "o Homossexual vítima de discriminação" ou simplesmente o Jean? As três denominações foram exploradas de tal forma que fica difícil responder a essa pergunta. O fato é que o Grande Irmão nos dominou mais uma vez e tomou conta de nossas vidas. Será que um dia ainda conseguiremos fugir dele?

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domingo, março 27, 2005

Sobre o óbvio

Madrugada de domingo, abandonado pelo sono e com ânsia de propagar algo, resultado: um blog.
O primeiro post pede uma explicação sobre os motivos da criação de mais um "diário virtual", acompanhados da justificativa do nome, isso é óbvio. Eu diria que é óbvio até demais, mas a vida é feita de coisas evidentes.
Em uma semana santa é evidente que a diversificada programação da tv aberta irá exibir somente inéditos filmes bíblicos.
Em um meio de comunicação tão vasto como a internet é evidente que alguém já teria tido a idéia de colocar o título que eu escolhi em algum blog, e eu descobri isso depois que eu criei. Digitei no google desconfiando da minha criatividade e pioneirismo, esperei a barrinha encrer e pimba. Tava lá no primeiro resultado um blogspot com o mesmo nome. Se fosse um dos últimos resultados tudo bem, mas primeiro, logo o primeiro. Entrei rapidamente e não vi nada de interessante e foi justamente por isso que eu mantive o nome que não estava a altura desse "primeiro blog". Seria presunção demais da minha parte achar que só eu teria tido a idéia desse nome e mais uma vez a palavra óbvio me veio a mente: é óbvio que alguém já teria escolhido esse título.
Pensei em mudar, mas a minha idéia e a minha proposta pedem esse nome.
Em uma madrugada como essa, tomado pelo sono como eu estou agora é evidente que eu irei terminar por aqui e dormir...
Textos melhores virão...

Ah, e só para quem tiver com preguiça de pegar o aurélio:

incomensurável:
adj. 2 gén.,
que não é comensurável;
que se não pode medir;
diz-se de duas grandezas que não têm medida comum;
imenso;
desmedido;
ilimitado.