Era uma vez um Jailton famoso
Semana passada eu mergulhei fundo no universo dos blogs. Queria entender os mecanismos que regem a fama de um blogueiro. Na minha jornada, entrei numa comunidade do orkut e criei um tópico intitulado “um monólogo e só”, onde dei uma de vítima questionando porque o meu blog não recebe muitos comentários. A discussão foi longa. Uns disseram para não ligar para esse lance de comentário e continuar escrevendo, outros tentaram responder à pergunta. Entre várias opiniões, a maioria resolveu começar a esculachar o meu nome, e aí a discussão desandou de vez. Diziam todos:
-Jailton? Isso é nome? É por isso que você não recebe comentários...
Pois bem. Não sei se é costume, mas o fato é que eu nunca liguei para o meu nome. Ele é uma espécie de título formal. Desde pequeno foi assim: na escola era Jailton e fora dela era Junior. Isso continua até onde e digamos que Jailton é o meu título apenas no meio acadêmico e profissional. No restante, o Junior funciona como uma forma de identificar a minha pessoa para grande parte dos meus amigos.
Não conheço nenhum Jailton famoso e talvez por isso eu tenha dificuldade de imaginar o meu nome na autoria de algum livro ou frente à algum título importante. Não existem um fã clube do Jailton e muito menos algum Jailton na academia brasileira de letras. Nenhum Jailton jamais ganhou o prêmio Nobel da paz ou o Oscar. Na novela não existem jailtons contracenando com a Cléo pires ou com a Débora Secco. E aí, eu me pergunto: estariam os jailtons de todo o mundo destinados ao anonimato? Será que esse nome guarda algum karma que impede o sucesso?
Espero que antes que eu lance o meu best-seler, seja entrevistado pelo Jô, apareça na capa da Veja, visite o papa, sirva de roteiro para o filme “Jailton, um filho de Jailton”, lance um cd acústico pela MTV, produza um seriado televisivo, seja jurado do programa do Sílvio Santos, Participe de um debate no programa da Luciana Gimenez, do teste de fidelidade do João Kleber, seja babado pelo Fautão no “Arquivo confidencial”, seja zoado pelo pânico na TV, faça uma participação especial na novela das oito sem ser cego, revolucione a historiografia, apareça na campanha do desarmamento, vire o autor da moda, seja capa da Tribo, tenha uma parte na 411, vença o big brother; espero que antes disso tudo algum outro Jailton prove que o nome não determina o sucesso de uma pessoa.