Agradecimento
Querida Professora doutora Maria Judith Sucupira da Costa Lins, gostaria de lhe dizer primeiramente que eu achei o seu nome uma das coisas mais lindas que eu já ouvi nessa minha estadia pelo planeta terra. No começo achei um pouco difícil de gravar, mas com o tempo pude perceber a verdadeira sublimidade desse sobrenome. Quem me dera ter um sucupira no meu sobrenome. Imagino até algum livro meu sendo citado: “como afirma Sucupira em seu mais recente livro...”. Mas já que eu não tenho Sucupira, o objetivo deste humilde escrito é lhe agradecer por todo esse semestre em que tive a senhora como educadora. Aprendi muitas coisas durante esse tempo.
Graças à senhora eu pude aprender que a televisão é algo muito, mas muito ruim mesmo e que eu não devo sentar à frente dessa maligna caixa preta, afinal o risco de ser atingido por uma mensagem subliminar não só existe, como é inevitável. Aprendi também que posso lanchar na sala de aula, já que os alunos das universidades alemãs fazem isso a todo momento. Compreendi que posso, sempre que tiver uma dúvida ou uma opinião discordante, interromper a fala do professor. Só não posso citar fontes medíocres como o fantástico, porque se eu fizer isso, meu argumento não será nem mesmo ouvido.
A sua pessoa me ensinou também que para criticar algo não é preciso ter conhecimento sobre o assunto. Foi assim que a senhora deu aquela genial lição em que criticou o filme “Menina de ouro” sem nem ao menos ter visto. – Eu li várias coisas sobre esse filme e ele é realmente uma coisa horrenda, tão horrenda que eu não vou nem dar o meu dinheiro para vê-lo. Não posso apoiar um absurdo desses, foi o que a senhora disse. E mesmo depois que eu disse que o interessante seria ver o filme para ter uma opinião mais fundamentada acerca do assunto. Mesmo depois de eu ter dito que um filme é uma obra de arte e que portanto não tem necessidade de apresentar um debate acerca de determinado assunto, sendo essencialmente uma visão e uma forma de expressão do seu autor. Mesmo eu citando o exemplo de “Mar adentro”, um filme que também trata da eutanásia e que aliás a senhora pode ver a minha opinião sobre ele nesse link aqui. Mesmo depois de eu ter dito isso tudo, a senhora sustentou a sua posição e através de um contra-argumentação pautada na repetição da sua primeira fala encerrou o assunto.
Espero um dia ter a capacidade que a senhora tem e assim poder criticar sem ter nem ao menos uma apreensão do objeto da crítica. Quando eu conseguir atingir esse nível, poderei sair por aí com a minha metralhadora de críticas descarregando a minha munição pelo mundo afora. Nesse dia, não perderei mais tempo tentando, através de diferentes fontes de informação, desenvolver o meu censo crítico.
Com a senhora eu aprendi ainda que o provão implementado pelo governo FHC foi uma coisa muito boa. Eu argumentei que como aluno, eu sequer notei a sombra de qualquer participação discente ou docente nesse indecente projeto e disse que eu não percebi qualquer outra forma de avaliação da qualidade de ensino além de uma prova ao final do curso. Lembrei-lhe ainda que o objetivo de melhorar o ensino superior nem de longe foi atingido. Ouvindo os meu argumentos, tolos argumentos me desculpe, que como a senhora mesmo disse evidenciam a minha falta de informação, a sua pessoa me fez o favor de esclarecer a minha mente. Revelou então para toda a turma um segredo mais bem guardado que a identidade secreta do batman. Revelou que os professores que participaram da elaboração do projeto formavam um grupo secreto, que compartilhava informações altamente confidenciais, no melhor estilo da liga da justiça. Infelizmente a senhora não revelou se chegou a fazer parte desse grupo, mas eu suspeito que sim, afinal só os membros dessa sociedade secreta poderiam ter conhecimento acerca da existência do grupo. Imagino até a senhora deixando a faculdade de educação e embarcando em seu Sucupira móvel à caminho da reunião secreta a lado de outros super-educadores. Só não consigo imaginar o uniforme utilizado pela sua identidade secreta.
Por fim, aprendi uma das mais valiosas lições da minha vida. Algo que só foi possível graças a esse produtivo semestre ao seu lado. Eu aprendi que os professores de psicologia da educação II não devem ser levados a sério, especialmente aqueles que fazem parte do grupo secreto dos sucupiras. Muito obrigado, querida educadora.
obs: Eu quase ia esquecendo de agradecer pelo meu 7,5 de média e de lhe perguntar se a senhora não poderia reservar uma vaga na eletiva de pedagogia que a senhora irá ministrar no próximo semestre. Por favor, garanta a minha vaga, pois mais um semestre tendo a senhora como professora será algo indescritível.