Escritos e reflexões de uma mente atordoada Fora dos ilimitados limites da razão

domingo, maio 28, 2006

Espremido, imprensado e acochado

A correria do dia a dia tem feito muito mal para os habitantes das grandes cidades. As pessoas andam muito estressadas. Dia dessas presenciei uma discussão dentro do ônibus por causa da divisão de um banco.
-Para de me espremer aí, o rapá, reclamava o sujeito.
-Ih, se liga, vê se eu ia querer te espremer.
- Mas que tá espremendo tá.
-Eu não to espremendo ninguém, até porque você não é uma laranja.
- Ah, seu engraçadinho. Olha que é muito ruim ser espremido no banco do ônibus. Vai dizer que tu gosta? Tu gosta de levar uma imprensadinha não gosta? Se tu gosta de ser imprensado tudo bem, mas eu não curto essa parada não maluco. Vai imprensar teu macho.
- Quem gosta de ser imprensado é folha de jornal. Talvez você esteja querendo dizer que você está sendo acochado, é isso?
- To dizendo. Ó o cara aí. Isso é papo de homem? Que lance de acochado é esse? E dá licença aí, o baixinho. Eu vou descer.
- Ih, Baixinho é o caramba.
O versão econômica de King Kong levantou-se e ficou trocando insultos com o Nelson Ned mais bem alimentado.
- Tu é grande mas não é dois não, dizia o baixinho.
- Não sou dois, mas te divido em dois, disse o grandalhão antes de descer do ônibus.
- Tu tá é precisando fazer um regime. Se tu fosse menos gordo ia poder sentar na moral sem ficar reclamando que eu tava te espremendo, gritou o baixinho pela janela do ônibus, depois que o grandalhão já tinha descido.

O convivência entre os seres humanos só não fica pior porque apesar de estarem cada vez mais estressadas, as pessoas jamais deixaram de ser engraçadas, mesmo que seja sem a intenção.