Escritos e reflexões de uma mente atordoada Fora dos ilimitados limites da razão

segunda-feira, setembro 05, 2005

O alívio que vem do palácio do planalto

Poucos líderes conseguem, através de seus pronunciamentos passar uma real segurança para os seus ouvintes. O nosso amado presidente faz parte dessa restrita lista e hoje passou uma incrível confiança em seu último discurso. Segundo ele, a crise política atravessada pelo país, não irá afetar a economia. Através de uma apurada retórica ele afirmou que o sonho de que o Brasil se torne a nação do futuro não será frustrado. Disse ainda, que a população pobre não será afetada e que o Brasil continuará com o crescimento econômico de sempre, mesmo com a Crise.

Após tomar conhecimento dessas palavras, pude até mesmo ouvir o grito de júbilo dos excluídos, ou melhor dos incluídos nessa nossa convidativa economia. Dizem que pobre tem poucas alegrias e acho que poderíamos incluir entre elas o conforto proporcionado pelas palavras do presidente. Saber que essa política econômica empreendida pelo governo que aliás, tão bem faz para a população mais carente do nosso país; saber que nada disso será alterado é uma das melhores notícias dos últimos anos. Isso porque mesmo gastando milhões só para pagar os juros da dívida externa, mesmo sacrificando programas sociais e verbas da saúde e da educação para honrar os compromissos da nossa nação do futuro; mesmo assim essa política econômica tem sido como um Pai para a população menos favorecida do nosso país.

Quando iria se pronunciar à nação sobre a crise, lembro que o Lula nos brindou com tantos números que até um matemático se perderia. Tudo para provar que o país estava crescendo. Lembro também que ele exaltou o fome zero afirmando que o programa de combate à fome não iria acabar. Toda vez que o Lula se pronuncia, fico imaginando a reação dessa população pobre de quem ele tanto fala e na qual ele afirma ter suas origens. Seus discursos devem ser um verdadeiro alívio para essas pessoas.
Imagino um Luiz qualquer em casa descansando após um longo dia. Cansado de ouvir não, diante de todos os pedidos de emprego possíveis e imagináveis, ele tenta ouvir o presidente falar enquanto sua esposa avisa que a comida acabou e os seus filhos pedem o brinquedo que viram passar no comercial da televisão. Totalmente desiludido com a realidade, ele vê aquele simpático barbudo, Nordestino, ex-metalúrgico, um cara que sempre afirma que sabe muito bem o que é passar por dificuldades. As palavras do Luiz famoso chegam aos ouvidos do Luiz que só se torna um número a mais nas estatísticas do país. O Luiz que não é famoso, apesar de tudo, deve se sentir aliviado ouvindo que essa nossa eficiente política econômica não será alterada. Assim, como ele, milhões que se encontram na mesma situação devem rejubilar de alegria e sentir seus corações reconfortados pelas palavras de Lula, o presidente do nosso país.