Escritos e reflexões de uma mente atordoada Fora dos ilimitados limites da razão

sexta-feira, setembro 09, 2005

E agora Bush?

A substituta de Collin Powell, Condolleza Rice carrega mantimentos para os desabrigados pelo furacão Katrina. Fidel Castro, Hugo Chavez e até a autoridade política do Irã oferecem ajuda. O império foi mais uma vez atingido e pela primeira vez pediu auxílio à União Européia. O cowboy texano que desde pequeno sempre teve a ajuda do Papai, mais uma vez foi surpreendido e vai ter que fazer algo. A sua primeira surpresa, após assumir um dos cargos mais disputados do mundo, veio em uma manhã de setembro do agora distante ano de 2001. Quem não lembra das imagens do filme do Michael Moore em que ele, enquanto contava estorinhas para algumas criancinhas, foi avisado do inesperado. Cena patética em que, ninguém menos que o presidente dos EUA, parecia querer pedir ajuda ao Papai.

O 11 de setembro atingiu em cheio o império norte-americano. Pela primeira vez ousaram atacar o território da nação mais poderosa do mundo. Pearl Habor era apenas uma base militar e não estava propriamente dentro dos EUA. Mesmo assim, após o ataque dos Japoneses a resposta foi rápida e enérgica. Duas bombas atômicas e milhares de mortos: isso sim é que é uma resposta enérgica. A segunda guerra mundial acabou e eles, os poderosos norte-americanos, saíram como os mocinhos que venceram o cruel e sanguinário ditador Alemão. Em 1959, alguns barbudos resolveram ter dignidade e seguir uma outra opção, ali bem pertinho do Império. Um cruel embargo econômico foi a resposta principal do Império. Em 1989 veio a confirmação de que ninguém pode vencê-los e os defensores do justo e digno sistema capitalista triunfaram com seus carros velozes e suas televisões coloridas.

Até agora, todas as tentativas de lutar contra o império, ou foram frustradas ou receberam uma enérgica resposta. Depois do 11 de setembro, Bush não poderia agir de outra forma, precisava responder à altura. Foi aí que ele massacrou os afegãos e criou a lenda do Bin-laden, um barbudo maluco que gosta de jogar bomba nos inocentes ocidentais. Depois, não satisfeito, decidiu livrar os iraquianos das cruéis garras do sanguinário Saddan Hussein. Tudo bem que alguns soldadinhos americanos foram sacrificados nessa empreitada, mas esse é um pequeno preço que precisa ser pago. Além disso, o cowboy texano, que conseguiu se livrar do serviço militar na sua época, não tem muita noção do que seja servir como soldado invadindo uma nação estranha.

Hoje, quase quatro anos após o audacioso ataque às Torres gêmeas, o império está ferido mais uma vez. Dessa vez, no entanto, não foi culpa daqueles insanos fundamentalistas e muito menos resultado de uma afronta política ou econômica. Dessa vez, foi a natureza e a menos que Bush revolte-se contra Deus, o culpado não será eleito como das outras vezes. Não será possível invadir um país qualquer, desses que ninguém sabia que existia. Ele também não terá como colocar a culpa em algum barbudo e começar a caçá-lo desesperadamente. Dessa vez, o quintal do Tio Sam foi bagunçado pelos ventos e o líder do Império vai precisar tomar medidas que difiram das corriqueiras bombas lançadas pelo mundo afora.