Inultilidades úteis
Acordo as 5 horas e 37 minutos. Não às 5:30h e nem às 6:00h, mas às 5:37h. Espremo-me em uma lata velha que recebe o nome de ônibus até chegar ao centro da cidade, onde entro em um veículo que até pode ser chamado de ônibus, mas que apresenta-se igualmente lotado. Pouco antes das 9:00h chego à Faculdade de Educação da U.F.R.J. na praia vermelha para assistir a minha aula de Psicologia da educação II. Todas as segundas e quartas eu enfrento a mesma maratona para chegar na hora da aula. Entro na sala e uma calorosa discussão está sendo travada acerca da diferença entre invenção e criação. A professora, cuja existência real eu ainda questiono por motivos que ao longo do texto serão explicitados, afirma que diversos autores já se ocuparam acerca do problema da diferença entre invenção e criação, produzindo uma vasta bibliografia, a qual ela orgulha-se em conhecer. Alguns provavelmente morreram angustiados por não atingirem os resultados esperados em suas pesquisas. A turma, totalmente interessada levanta questionamentos e eu me pergunto se sou o único presente que pensa que uma discussão destas é uma total perda de tempo.
Finalmente ela muda de assunto e quando eu penso que a aula vai embalar ela se questiona se os pássaros tem glândulas salivares. Para que eu vou querer saber se os pássaros tem glândulas salivares? Eu por acaso estou estudando desenvolvimento da alimentação deles? Estou cursando veterinária? Crio pássaros? Trabalho em uma loja de rações? O mais incrível é como aquele ser reveste essas coisas totalmente inúteis de uma enorme importância. Ela é a única que consegue unir em uma mesma aula gêmeos homozigotos com questionamentos que sempre intrigaram a humanidade em relação aos pássaros. A tal professora parece ter saído do filme “a volta dos mortos vivos” e eu realmente pondero acerca dessa possibilidade levando em conta que em seus momentos de falshback ela relembra o repórter Esso e a televisão à manivela( alguém já ouviu falar da televisão à manivela? Será que o cara deveria ficar rodando uma manivela para assistir à sua novela preferida?). Estou pensando seriamente em tomar os seus depoimentos como fonte de história oral para estudar os últimos dois séculos brasileiros.
Algumas vezes eu me pergunto sobre a possibilidade de ter que passar por essa situação escabrosa por ter cometido algum pecado. Outras vezes eu até penso em desistir dessas aulas. No entanto, nesses momentos eu lembro que só os fortes sobrevivem. Segundo a teoria que eu venho desenvolvendo, as matérias de Licenciatura, das quais graças à benção divina essa é a última que eu faço, constituem-se como um teste de paciência para aqueles que pretendem aventurar-se na profissão do magistério. Se o futuro professor agüentar essas impagáveis aulas ele conseguirá lidar com os mais desafiadores alunos que possam existir na face da terra. Eu realmente tento achar alguma utilidade para aquelas aulas tão inúteis, mas a utilidade está justamente no diploma, no prêmio para somente aqueles bravos alunos que perseverarem até o fim e resistirem as provações e afrontas às suas capacidades intelectuais. Contra mim, estão eles, os insaciáveis professores em sua maioria pedagogos, dispostos a me testar a todo o momento com as suas citações e falas totalmente desconexas retiradas do jornal Extra.
As pérolas da aula de psicologia da educação II são infindáveis e eu terei que dedicar nos próximos posts uma seção com as pérolas da semana. Todas elas são apenas provações e tentativas de me desviar do caminho, mas eu estou determinado a resistir e perseverar até o fim.
Finalmente ela muda de assunto e quando eu penso que a aula vai embalar ela se questiona se os pássaros tem glândulas salivares. Para que eu vou querer saber se os pássaros tem glândulas salivares? Eu por acaso estou estudando desenvolvimento da alimentação deles? Estou cursando veterinária? Crio pássaros? Trabalho em uma loja de rações? O mais incrível é como aquele ser reveste essas coisas totalmente inúteis de uma enorme importância. Ela é a única que consegue unir em uma mesma aula gêmeos homozigotos com questionamentos que sempre intrigaram a humanidade em relação aos pássaros. A tal professora parece ter saído do filme “a volta dos mortos vivos” e eu realmente pondero acerca dessa possibilidade levando em conta que em seus momentos de falshback ela relembra o repórter Esso e a televisão à manivela( alguém já ouviu falar da televisão à manivela? Será que o cara deveria ficar rodando uma manivela para assistir à sua novela preferida?). Estou pensando seriamente em tomar os seus depoimentos como fonte de história oral para estudar os últimos dois séculos brasileiros.
Algumas vezes eu me pergunto sobre a possibilidade de ter que passar por essa situação escabrosa por ter cometido algum pecado. Outras vezes eu até penso em desistir dessas aulas. No entanto, nesses momentos eu lembro que só os fortes sobrevivem. Segundo a teoria que eu venho desenvolvendo, as matérias de Licenciatura, das quais graças à benção divina essa é a última que eu faço, constituem-se como um teste de paciência para aqueles que pretendem aventurar-se na profissão do magistério. Se o futuro professor agüentar essas impagáveis aulas ele conseguirá lidar com os mais desafiadores alunos que possam existir na face da terra. Eu realmente tento achar alguma utilidade para aquelas aulas tão inúteis, mas a utilidade está justamente no diploma, no prêmio para somente aqueles bravos alunos que perseverarem até o fim e resistirem as provações e afrontas às suas capacidades intelectuais. Contra mim, estão eles, os insaciáveis professores em sua maioria pedagogos, dispostos a me testar a todo o momento com as suas citações e falas totalmente desconexas retiradas do jornal Extra.
As pérolas da aula de psicologia da educação II são infindáveis e eu terei que dedicar nos próximos posts uma seção com as pérolas da semana. Todas elas são apenas provações e tentativas de me desviar do caminho, mas eu estou determinado a resistir e perseverar até o fim.