Sobre o que não é convencional
“A Unanimidade é burra”, já dizia algum desses caras que eu não lembro o nome. Coisas que todo mundo gosta, faz ou aprecia normalmente são tão comuns e sem algo a mais. Acostumado com elas, vejo qualquer sublimidade ou prazer que nelas pudesse residir se esvaecer tão facilmente. Foi esse motivo que me levou a integrar a comunidade orkutina “do contra”; o mesmo motivo que já me deixou tantas vezes isolado e incapaz de me integrar a um grupo social. Ser “do contra” não é muito fácil e as vezes eu sou tão crítico em relação a outras pessoas que parece que eu estou no lugar errado. Mas sempre existe alguém que concorda comigo e que gosta das mesma coisas que eu e é nesse momento que eu descarto a hipótese de ser um extra-terrestre.
Ao ver a lista dos filmes em cartaz, os que mais me interessam são normalmente aqueles que estão em locais mais distantes e que o menor número de pessoas se interessaria por ver. É claro que filmes tipicamente hollywoodianos também prendem a minha atenção, mais ultimamente a grande minoria deles tem me agradado. Fugindo desse tipo de filme fui a um dos menores cinemas que conheço assistir a um filme que já deveria ter saído de cartaz. Nada mais comprovante de que eu sou “do contra” do que chegar no famigerado cinema e encontrar apenas duas pessoas dispostas a apreciar a sétima arte ao meu lado. O filme, eu já estava para assistir a um longo tempo.
“Mar Adentro” é o mais recente filme a adentrar na minha lista daqueles que merecem o título de obras de arte e que tornam-se experiências marcantes. O filme trata da questão da eutanásia e estão presentes ali todas as discussões que nos acompanham diariamente e dais quais muitas vezes fugimos. A nossa incapacidade diante da morte e a imprevisibilidade do evento, as nossas escolhas e liberdades, o direito sobre a nossa vida, o amor e o direito de se deixar ser amado, o sentido da vida; tudo isso é exposto de forma sublime nessa película espanhola. Os atores tem uma aparência tão comum, tão distantes daqueles semi-deuses hollywoodianos, que realmente me deixaram a impressão de existirem em algum lugar do mundo real. Na verdade a trama foi baseada na vida de Ramón Sampedro, um marinheiro que após sofrer um acidente e passar 26 anos tetraplégico, decidiu que era melhor morrer. Como não podia fazê-lo sozinho, lutou três anos na justiça pelo seu direito. Derrotado na justiça, convenceu 14 amigos a cometerem ações que não constituiriam crime, mas que o levariam à morte. Por fim, conseguiu atingir o seu propósito e a grande causa que o movia era a de que a vida é um direito e não um dever.
Decidir morrer, mesmo estando em uma situação adversa como a de Ramon, é algo que vai contra as regras impostas pela nossa sociedade. É nesse momento que eu retorno ao ponto inicial do meu texto. A questão central é que somos submetidos as regras sociais e somos educados a fazer e a gostar de coisas que sejam reconhecidas como dignas socialmente. Temos as nossas vidas guiadas pelo medo de errar e pelo medo de sermos reprovados pelas pessoas que nos cercam. A nossa liberdade é realmente limitada e livrar-nos desses grilhões impostos por essa sociedade da aparência é um grande desafio, que poucos tentam encarar. Ir contra é muitas vezes atestado de insanidade mental, mas muitas vezes nadar contra a corrente é mais instigante do que se deixar levar pela maré e como diria M.V. Bill se for para ser feliz como uma marionete do sistema, serei maluco até o fim.
“Liberdade é um conceito que o homem inventou, que todo mundo almeja mas que ninguém sabe realmente o que é”. Frase que encerra o documentário “Ilha das flores”, que por sinal é um curta estarrecedor que deveria ser visto por todos que se dizem humanos.
Ao ver a lista dos filmes em cartaz, os que mais me interessam são normalmente aqueles que estão em locais mais distantes e que o menor número de pessoas se interessaria por ver. É claro que filmes tipicamente hollywoodianos também prendem a minha atenção, mais ultimamente a grande minoria deles tem me agradado. Fugindo desse tipo de filme fui a um dos menores cinemas que conheço assistir a um filme que já deveria ter saído de cartaz. Nada mais comprovante de que eu sou “do contra” do que chegar no famigerado cinema e encontrar apenas duas pessoas dispostas a apreciar a sétima arte ao meu lado. O filme, eu já estava para assistir a um longo tempo.
“Mar Adentro” é o mais recente filme a adentrar na minha lista daqueles que merecem o título de obras de arte e que tornam-se experiências marcantes. O filme trata da questão da eutanásia e estão presentes ali todas as discussões que nos acompanham diariamente e dais quais muitas vezes fugimos. A nossa incapacidade diante da morte e a imprevisibilidade do evento, as nossas escolhas e liberdades, o direito sobre a nossa vida, o amor e o direito de se deixar ser amado, o sentido da vida; tudo isso é exposto de forma sublime nessa película espanhola. Os atores tem uma aparência tão comum, tão distantes daqueles semi-deuses hollywoodianos, que realmente me deixaram a impressão de existirem em algum lugar do mundo real. Na verdade a trama foi baseada na vida de Ramón Sampedro, um marinheiro que após sofrer um acidente e passar 26 anos tetraplégico, decidiu que era melhor morrer. Como não podia fazê-lo sozinho, lutou três anos na justiça pelo seu direito. Derrotado na justiça, convenceu 14 amigos a cometerem ações que não constituiriam crime, mas que o levariam à morte. Por fim, conseguiu atingir o seu propósito e a grande causa que o movia era a de que a vida é um direito e não um dever.
Decidir morrer, mesmo estando em uma situação adversa como a de Ramon, é algo que vai contra as regras impostas pela nossa sociedade. É nesse momento que eu retorno ao ponto inicial do meu texto. A questão central é que somos submetidos as regras sociais e somos educados a fazer e a gostar de coisas que sejam reconhecidas como dignas socialmente. Temos as nossas vidas guiadas pelo medo de errar e pelo medo de sermos reprovados pelas pessoas que nos cercam. A nossa liberdade é realmente limitada e livrar-nos desses grilhões impostos por essa sociedade da aparência é um grande desafio, que poucos tentam encarar. Ir contra é muitas vezes atestado de insanidade mental, mas muitas vezes nadar contra a corrente é mais instigante do que se deixar levar pela maré e como diria M.V. Bill se for para ser feliz como uma marionete do sistema, serei maluco até o fim.
“Liberdade é um conceito que o homem inventou, que todo mundo almeja mas que ninguém sabe realmente o que é”. Frase que encerra o documentário “Ilha das flores”, que por sinal é um curta estarrecedor que deveria ser visto por todos que se dizem humanos.