Um dia Na zona sul
Algumas vezes, por circunstancias variadas necessitamos entrar em outros universos. Por uma dessas razões corriqueiras precisei ir até Copacabana. A primeira pergunta que me fiz foi: como chegar a Copacabana? As opção são realmente infindáveis, mas o metrô e um amplo leque de linhas de ônibus parecem ser as escolhas mais possíveis para um cidadão que deseja ir à Copacabana. Ir à zona sul parece ser algo como ir à outra cidade, e para empreender tal tarefa eu resolvi embarcar em um coletivo. A única espera que tive foi por um ônibus sem ar-condicionado que não chegou, talvez porque em direção à zona nobre do Rio não seja permitido suar, ao contrário do que ocorre na outra cidade do Rio, onde todos sabem exatamente como se sente uma sardinha dentro da lata.
Chegando em Copacabana no ar-condicionado, observando as pessoas nas ruas, as lojas e as ruas limpas, percebi como todas as coisas naquela região são revestidas de algo refinado. As pessoas parecem serem mais felizes e mais belas. As lojas vendem todos os tipos de produtos para os mais variados gostos. A praia, bem próxima, deixa o ambiente ainda mais aconchegante. Tudo parece funcionar perfeitamente, mas como um conhecido ditado proclama, as aparências enganam. E algumas vezes as pessoas corroboram para o engano coletivo e todos passam a preferir o ilusório conto de fadas.
Entre uma loja e outra de Copacabana, tem sempre uma coisa que poucos vêem: um mendigo. Esse ser também está em Copacabana e ele não combina nada com o bairro. A solução para o dilema é simples: ignora-se o mendigo. Ignorar aliás é algo que nós seres humanos sabemos fazer perfeitamente. Olhamos para ele mas não o vemos nem o percebemos e para resolver esse dilema algumas vezes dizemos que isso é um absurdo e que o governo deveria acabar com isso. Outras vezes contribuímos para uma dessas campanhas assistencialistas para diminuir o nosso sentimento de culpa. Chegamos até mesmo a atingir uma indignação momentânea que rapidamente desaparece. Nós passamos a vida fazendo escolhas e deixar de notar o mendigo é apenas mais uma dessas cômodas decisões que precisamos tomar. Muitas vezes até mesmo deixamos de dormir por conta de alguma decisão mal resolvida em nossas vidas, mas certamente a desgraça alheia não é capaz de tirar o nosso sono. Isso tudo porque infelizmente somos individualistas ao extremo e nos adequamos perfeitamente a essa lógica neoliberal que tem como máxima o slogan do cada um por si. A teoria da seleção natural é o motor propulsor das nossas vidas e como só os mais aptos sobrevivem agimos como verdadeiros selvagens e querendo ser sempre os mais fortes destruímos, estraçalhamos e passamos por cima dos mais fracos. O único problema que alguns tem ao fazer isso é com a consciência, mas esse dilema é facilmente superado. Até mesmo esse que vos escreve não sabe o que fazer e tenta dissipar a sua indignação através de um blog. O efeito disso eu não sei, mas é apenas uma forma de ao menos tentar resolver esse dilema pessoal. Um desabafo que infelizmente só possuí utilidade para o próprio autor...
Chegando em Copacabana no ar-condicionado, observando as pessoas nas ruas, as lojas e as ruas limpas, percebi como todas as coisas naquela região são revestidas de algo refinado. As pessoas parecem serem mais felizes e mais belas. As lojas vendem todos os tipos de produtos para os mais variados gostos. A praia, bem próxima, deixa o ambiente ainda mais aconchegante. Tudo parece funcionar perfeitamente, mas como um conhecido ditado proclama, as aparências enganam. E algumas vezes as pessoas corroboram para o engano coletivo e todos passam a preferir o ilusório conto de fadas.
Entre uma loja e outra de Copacabana, tem sempre uma coisa que poucos vêem: um mendigo. Esse ser também está em Copacabana e ele não combina nada com o bairro. A solução para o dilema é simples: ignora-se o mendigo. Ignorar aliás é algo que nós seres humanos sabemos fazer perfeitamente. Olhamos para ele mas não o vemos nem o percebemos e para resolver esse dilema algumas vezes dizemos que isso é um absurdo e que o governo deveria acabar com isso. Outras vezes contribuímos para uma dessas campanhas assistencialistas para diminuir o nosso sentimento de culpa. Chegamos até mesmo a atingir uma indignação momentânea que rapidamente desaparece. Nós passamos a vida fazendo escolhas e deixar de notar o mendigo é apenas mais uma dessas cômodas decisões que precisamos tomar. Muitas vezes até mesmo deixamos de dormir por conta de alguma decisão mal resolvida em nossas vidas, mas certamente a desgraça alheia não é capaz de tirar o nosso sono. Isso tudo porque infelizmente somos individualistas ao extremo e nos adequamos perfeitamente a essa lógica neoliberal que tem como máxima o slogan do cada um por si. A teoria da seleção natural é o motor propulsor das nossas vidas e como só os mais aptos sobrevivem agimos como verdadeiros selvagens e querendo ser sempre os mais fortes destruímos, estraçalhamos e passamos por cima dos mais fracos. O único problema que alguns tem ao fazer isso é com a consciência, mas esse dilema é facilmente superado. Até mesmo esse que vos escreve não sabe o que fazer e tenta dissipar a sua indignação através de um blog. O efeito disso eu não sei, mas é apenas uma forma de ao menos tentar resolver esse dilema pessoal. Um desabafo que infelizmente só possuí utilidade para o próprio autor...