As celebridades e os livros
A bienal não é um programa barato. Os livros, com raras exceções são caros, a comida é cara, o rio centro é distante e, convenhamos, que nem todos podem desfazer-se de dez reais para adentrarem à feira. Então, por que será que o público que comparece ao evento é cada vez maior? Por que tanta gente faz questão de marcar presença? A resposta é simples: para ver os famosos. Ali, eles se equiparam a nós, simples mortais. Somente na bienal é possível em um mesmo dia esbarrar com várias celebridades entre os livros. Tem famoso para todos os gostos. Desde aquele quase figurante daquele programa que você nunca ouviu falar, até o presidente da república. E por falar em presidente, a visita empreendida por Luiz Inácio Lula da Silva à Bienal causou um enorme rebuliço. Lula é realmente bem querido pelo povo brasileiro, pois grande foi o número de pessoas que fizeram questão de levantar os seus traseiros do sofá e correr atrás de um autógrafo do presidente. Poucos conseguiram, pois o nosso excelentíssimo mais excelentíssimo do Brasil estava empreendendo uma árdua busca ao “Manual de como evitar uma CPI”.
Anulada a possibilidade de um autógrafo presidencial, os caçadores de famosos que lotam a bienal tem que contentar-se em correr atrás das celebridades televisivas. Atrizes do momento como Débora Seco, a “solfredora”, ocupam as posições mais altas no ranking dos disputados na bienal. Na posição intermediária estão os cantores sertanejos, pagodeiros ou fabricadores de rits mais tocados dos último tempos na última semana. Ao lado deles e em crescente queda encontram-se os ex-big brothers, com a fama totalmente dependente das aparições na mídia. Por último, temos uma categoria heterogênea, que une celebridades instantâneas em geral, mães de filhos de pagodeiros, “modelos” que fazem ensaios “artísticos” para revistas masculinas, atores de novelas da band e do sbt e outros aventureiros que eventualmente aparecem na nossa caixa preta.
De um modos geral, os artistas que vão a bienal para fazer três coisas. O primeiro grupo comparece ao evento para realmente comprar livros e participar dos debates literários. Eles são realmente artistas no sentido original do termo e, apesar de eventualmente serem submetidos a cretinos textos das novelas globais, quando tem oportunidade de atuar no cinema ou no teatro mostram o seu verdadeiro talento. Vale salientar que esse grupo constitui uma minoria que não precisa correr atrás de aparições grátis na mídia.
O segundo grupo é o dos políticos em geral, que precisando estar em sintonia com seus eleitores, vêem na bienal uma ótima oportunidade de testar a popularidade, além é claro de comprar alguns livros com sugestivos títulos tais como “ludibriar é uma arte, aprenda a exercê-la.” Por último, mas não menos importante, temos o mais numeroso grupo de “famosos” que comparecem à bienal. É o clã do “queremos dar uma entrevista por favor”, que como o próprio nome já diz nem mesmo ligam para o fato de a bienal ser do livro. Se fosse bienal do cd, dos contos da carochinha ou das colheres de pau pouco importaria para eles, já que o que vale é a aparição e a manutenção na sua imagem entre o senso comum.
A bienal do livro é um evento muito interessante que daria um excelente estudo antropológico. A ocasião realmente cativa as pessoas. Eu mesmo ouvi uma dessas celebridades instantâneas afirmar ter adorado o evento reforçando que todo ano iria retornar para a bienal do livro no rio centro. Espero que ela se divirta.
Anulada a possibilidade de um autógrafo presidencial, os caçadores de famosos que lotam a bienal tem que contentar-se em correr atrás das celebridades televisivas. Atrizes do momento como Débora Seco, a “solfredora”, ocupam as posições mais altas no ranking dos disputados na bienal. Na posição intermediária estão os cantores sertanejos, pagodeiros ou fabricadores de rits mais tocados dos último tempos na última semana. Ao lado deles e em crescente queda encontram-se os ex-big brothers, com a fama totalmente dependente das aparições na mídia. Por último, temos uma categoria heterogênea, que une celebridades instantâneas em geral, mães de filhos de pagodeiros, “modelos” que fazem ensaios “artísticos” para revistas masculinas, atores de novelas da band e do sbt e outros aventureiros que eventualmente aparecem na nossa caixa preta.
De um modos geral, os artistas que vão a bienal para fazer três coisas. O primeiro grupo comparece ao evento para realmente comprar livros e participar dos debates literários. Eles são realmente artistas no sentido original do termo e, apesar de eventualmente serem submetidos a cretinos textos das novelas globais, quando tem oportunidade de atuar no cinema ou no teatro mostram o seu verdadeiro talento. Vale salientar que esse grupo constitui uma minoria que não precisa correr atrás de aparições grátis na mídia.
O segundo grupo é o dos políticos em geral, que precisando estar em sintonia com seus eleitores, vêem na bienal uma ótima oportunidade de testar a popularidade, além é claro de comprar alguns livros com sugestivos títulos tais como “ludibriar é uma arte, aprenda a exercê-la.” Por último, mas não menos importante, temos o mais numeroso grupo de “famosos” que comparecem à bienal. É o clã do “queremos dar uma entrevista por favor”, que como o próprio nome já diz nem mesmo ligam para o fato de a bienal ser do livro. Se fosse bienal do cd, dos contos da carochinha ou das colheres de pau pouco importaria para eles, já que o que vale é a aparição e a manutenção na sua imagem entre o senso comum.
A bienal do livro é um evento muito interessante que daria um excelente estudo antropológico. A ocasião realmente cativa as pessoas. Eu mesmo ouvi uma dessas celebridades instantâneas afirmar ter adorado o evento reforçando que todo ano iria retornar para a bienal do livro no rio centro. Espero que ela se divirta.