Escritos e reflexões de uma mente atordoada Fora dos ilimitados limites da razão

sexta-feira, novembro 18, 2005

Com a mão no martelo


Um pregador. De onde vem essa idéia de que aquele que ministra uma mensagem é o pregador? E algumas igrejas, isso talvez tenha a ver com a agressividade do pregador, que martela a palavra no coração dos seus ouvintes. Em outras a imagem de alguém empunhando um martelo talvez não tenha muito a ver com a realidade.

Ontem, recebi um martelo e fui encarregado de fazer a pregação na minha igreja. “Esse maluco sem noção que viaja e escreve várias bizarrices como pregador?”, dirão alguns. “Coitado dos membros dessa igreja!, exclamaram outros. O fato é que fui encarregado e cumpri a missão, falando sobre a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém (Lucas. 19:28-44), uma passagem da qual gosto muito. Me sinto bem naquela igreja, um local onde não me olham de banda por não estar engravatado e não portar uma bíblia gigantesca embaixo do braço. Ali, como aqui, sou simplesmente eu e embora eu não seja o cara mais perfeito do mundo, tenho a minha fé e a compartilho com pessoas dos mais diferentes tipos.

A bíblia diz que Deus usa os loucos para confundir os sábios. Não sei se confundo sábios, mas acredito que Deus possa porque não, me utilizar para os seus propósitos. Se pregar é o meu dom eu tenho sérias dúvidas. Possuo sérias deficiências na habilidade de falar em público. Lembrar de falar tudo, falar pausadamente, ter calma e o pior de tudo: olhar nos olhos das pessoas. As vezes penso que tem sempre alguém fazendo uma careta ou mesmo me fuzilando com uma expressão de reprovação e por isso quase nunca consigo passear pelos olhos das pessoas. Nessas horas eu percebo como é difícil falar em público e como eu me saio bem melhor com os dedos no teclado de um computador. Por outro lado, vejo que tudo é uma questão de vencer o desafio com muito treino. Esse, quem sabe deva ser o próximo passo: fazer como Bruce Wayne em “Batman begins” e enfrentar o medo.